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  • Foto do escritorcalvozzo

Fluminense de Abel precisa festejar a Taça Guanabara



Conforme era de se esperar, o Fluminense não teve dificuldades e venceu o Resende por 4x0 neste domingo (05) no Estádio da Cidadania e conquistou pela 11ª vez o título de campeão da Taça Guanabara.

Ainda que esta conquista esteja longe de ter o mesmo peso de décadas passadas, a torcida tricolor, assim como os jogadores, festejaram muito o título que pelo menos garante a vantagem na fase final para o clube das Laranjeiras na decisão do Campeonato Estadual.

Mas se este título não tem tanta relevância, por que o Fluminense fez tanta festa assim que o título foi definido a seu favor? Hoje a Taça Guanabara nada mais é do que um troféu simbólico, mantido apenas para que a tradição de mais de 50 anos não seja jogada no lixo. Porém quem busca se aprofundar um pouco mais no futebol percebe que existe algo a mais sendo criado neste elenco e por isso este marco pode dar força para o grupo ao longo da temporada.

Já na próxima semana, o Fluminense volta à campo para encarar o Olímpia no Estádio Nilton Santos e aí a partida é sim de mega importância. Caso o time consiga um bom resultado em casa, terá um pouco mais de tranquilidade para encarar o caldeirão que lhe espera no jogo de volta no Paraguai. Vale lembrar que esta partida define se a equipe segue no torneio mais importante das Américas ou vai se contentar com a Sul Americana.

Se o time chega embalado e tranquilo para esta competição, este grupo deve muito a Abel Braga, que mesmo criticado por parte da torcida nas primeiras rodadas da temporada, teve peito de bancar suas convicções e agora começa a colher bons frutos.

Lembrar de sua ligação afetiva com o clube é praticamente como chover no molhado. Em uma emocionante entrevista, Abelão recordou de suas conquistas e até do momento mais dramático de sua vida, quando velou seu filho no Salão Nobre da entidade. Porém como se isso já não fosse bastante, vemos um grupo de qualidade sendo moldado sob a regência de um experiente comandante, que luta não apenas para defender o seu cargo, mas também por representar toda uma categoria de profissionais que recentemente vem sendo desvalorizada no país. Talvez se Abel falasse espanhol ou tivesse um sotaque português seu desempenho em 2022 estaria sendo ainda mais exaltado por parte da mídia que cismou que o país pentacampeão mundial não tem treinador bom.

O grupo do Fluminense mescla experiência e juventude de uma maneira interessante. Hoje os atletas oferecem a possibilidade de variações, que por muito tempo vinha se pedindo, mas que os técnicos anteriores não tinham como por em prática. Além disso, é possível também notar o tal do “sangue nos olhos” dos jogadores. Seja por motivação pessoal ou de grupo, nota-se que aqueles que vestem a camisa tricolor podem não ser os melhores, mas que deixam o jogo dando o máximo. Até mesmo PH Ganso, tão criticado, vem tendo boas atuações e caiu no gosto dos torcedores, que desde as primeiras rodadas estão lhe dando apoio e carinho para que possa voltar aos seus melhores dias.

Não estamos falando da reedição da Máquina Tricolor dos anos 70, nem mesmo do excelente time que faturou o Brasileirão em 2012. Porém o que estamos podendo ver é uma semente promissora, que pode dar muitas alegrias ao torcedor tricolor. O primeiro passo foi dado e por isso é justo festejar, mas vale lembrar que caso haja um tropeço na Copa Libertadores nada disso servirá e o caldeirão voltará a ferver no CT Carlos Castilho.

De qualquer forma, independente do que venha acontecer nos próximos jogos, Abel merece todos os elogios, assim como esse elenco do Flu. Para quem gosta de ver um bom futebol, fica a expectativa para que tanto os atletas quanto a torcida foquem o mesmo objetivo e sigam até onde esse elenco pode ir. E por que não sonhar em uma grata surpresa? Só nos resta aguardar.

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